Monday, June 14, 2010

Lunch Line

Por aqui, a escola terminou e chegaram as férias de Verão, mas o debate acerca dos almoços escolares continua.

No início deste ano, o programa de televisão Jamie Oliver’s Food Revolution mudou por completo o modo como os muitos americanos olham para a comida que é servida nas escolas, mas esta pequena série de 6 curtos episódios, ainda vai levantar mais dúvidas.


Lunch Line retoma o debate sobre os almoços escolares, através de um exame do surpreendente passado do programa alimentar, do seu presente incerto e do seu provável futuro.
Neste filme, seis miúdos de um dos mais degradados bairros de Chicago decidem-se a alterar os almoços e acabam na Casa Branca.
A sua mais improvável jornada acompanha a mais dramática transformação dos almoços escolares de uma manta de retalhos de esforços contra a fome, num forte programa de alimentação nacional.
O filme relata movimentos-chave relacionados com a comida nas escolas e a nutrição infantil em 1940, 1960, 1980 e actualmente - revelando reviravoltas políticas, alianças supreendentes e mais comuns do que se possa pensar.

Ao longo do filme, Senadores, Secretários da Agricultura, empreendedores e activistas de um vasto espectro político acrescentam a sua perspectiva a um filme sobre o processo político americano, a saúde e o futuro bem-estar e a realidade que é alimentar mais de 31 milhões de crianças diariamente.

Ainda não tive oportunidade de ver este filme, mas assim que for possível, vou vê-lo com certeza. Por agora, fica aqui o trailer.

Friday, June 11, 2010

Guia Alternativo ao Campeonato Mundial de Futebol

11 de Junho de 2010: a data que marca o arranque de mais um Campeonato do Mundo de Futebol.

Biliões de pessoas estão entusiasmadas com o Campeonato do Mundo. Nós também (...). Os jogos são uma vasta tapeçaria de cores, barulho, talento, a competitividade, suspense e drama humano, dentro e fora do campo. Acima de tudo, vão ser divertidos - para as equipas e espectadores do mundo inteiro, assistir ou ouvir ao vivo, a partir de cafés, bares, salas, televisões e rádios públicas, no centro e nos cantos mais remotos do planeta.
(...)
A diversidade das equipas e dos países representados, é o que torna o Campeonato do Mundo num grande evento. As grandes diferenças entre eles pouco importam, após o início do jogo. Mas enquanto cada equipa representa as aspirações de milhões dos seus conterrâneos, cada uma fez um caminho diferente para lá chegar.

Kofi Anan, anterior Secretário-Geral das Nações Unidas e Presidente da Africa Progress Panel e Didier Grogba, Embaixador da Boa Vontade para o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas e estrela no mundo do Futebol, juntaram-se para lançar Scoring for Africa – An Alternative Guide to the World Cup’.

Este guia destaca problemas relacionados com o desenvolvimento dos países do continente africano, usando o calendário dos jogos do Campeonato. Inovador, pega em cada jogo programado, que envolva uma equipa africana e outra não-africana e coloca as duas nações uma contra a outra em termos de "estatísticas vitais", incluindo a expectativa de vida, desempenho ambiental, PIB e outros.

Tomemos, por exemplo, o jogo de hoje entre a África do Sul e o México. O guia mostra-nos que a expectativa de vida na África do Sul é de 51 anos, enquanto que no México é de 75 e que cerca de 70% da população de ambos os países frequenta o ensino secundário.

Este guia também destaca as "Tentativas ao alvo" e "Tentativas fora do Alvo" no que diz respeito a esforços de desenvolvimento que resultaram ou falharam com e entre ambos os países. A secção "Faltas" fala sobre problemas particulares de cada país, tal como o dívida pública da Argentina de $132 milhões, em 2001.

No final de cada comparação entre os dois países, oferece um "Plano de Jogo", com soluções práticas que podem melhorar a sua relação e esforços para desenvolvimento.

Lançado na passada Quarta-Feira (9 de Junho), dois dias antes do primeiro jogo, este guia procura usar esta competição para trazer o tema do desenvolvimento do continente africano às luzes da ribalta.


Muitos Africanos e países em vias de desenvolvimento ainda se encontram em grande desvantagem. Não lhes estão a permitir competir internacionalmente ao nível do campo de jogo, com um árbitro imparcial e um conjunto de regras e regulamentos aceitáveis.
Longe disso; aliás, estão a ser severamente penalizados. O que seria um escândalo no mundo do futebol é, ainda, um lugar-comum na sociedade das nações.
Anan e Drogba

Se o tema vos interessou, podem sempre descarregar o Guia aqui.

Ainda acerca da alimentação...

Aqui ficam 8 dicas para gradualmente melhorarmos a qualidade da nossa alimentação:

1. Deixem de beber refrigerantes ou outras bebidas com açucar
É possível perder cerca de 10 Kg num ano se substituirmos uma lata de refrigerante/dia por uma bebida sem açúcar, preferencialmente água.

2. Comam em casa em vez de comer em restaurantes
As crianças consomem cerca do dobro das calorias, quando comem fora de casa.

3. Apoiem a regulamentação que obriga os restaurantes a publicar informação nutricional nos seus menus
A maioria das cadeias de restaurantes ainda não publica este tipo de informação.

4. Façam com que as escolas deixem de vender refrigerantes, comida de plástico e bebidas energéticas
Nas últimas duas décadas, os níveis de obesidade e diabetes aumentou drasticamente nas crianças e adolescentes entre os 6 e os 19 anos.

5. Escolha um dia da semana em que não se come carne

6. Comprem comida orgânica e sustentável, com poucos ou nenhuns pesticidas

7. Visitem os mercados locais/municipais
São a melhor forma de comprar localmente, ajudando os agricultores e obtendo produtos de qualidade mais elevada, em comparação com as grandes sueprfícies.

8. Exijam saber de onde vem a comida que compram
Muitos dos produtos que compramos viajam milhares de Km, antes de chegarem aos nossos pratos.

Fonte: Food.Inc adaptado à realidade portuguesa, por mim.

Quanto é que sabemos de facto, acerca do que comemos e de onde a nossa comida vem?

Este é o mote lançado pelo filme Food.Inc, realizado por Robert Kenner, que revela a indústria alimentar nos Estados Unidos.
Nele, são expostas as entranhas altamente mecanizadas e que, durante décadas, foram escondidas dos consumidores norte-americanos, com o consentimento das agências reguladoras do governo, a USDA e a FDA.
A cadeia de abastecimento é, actualmente, controlada por cinco empresas que, na maior parte dos casos, colocam os lucros à frente da saúde dos consumidores, da sobrevivência dos agricultores, da segurança dos seus trabalhadores e do meio ambiente.
As galinhas têm peitos maiores, porque a carne branca é bastante apetecível, as costeletas de porco são perfeitas, as sementes de soja são resistentes a herbicidas e até os tomates aguentam mais tempo sem se estragarem mas, em contrapartida, surgem novas estirpes de E.coli - a maléfica bactéria que causa cerca de 73.000 doentes por ano, nos Estados Unidos. O país é assolado pela obesidade generalizada, especialmente entre as crianças e por um nível epidémico de casos de diabetes entre os adultos.

Desde o lançamento do filme (2008), uma campanha de acção social ligada ao mesmo, está empenhada no combate contra a obesidade infantil, defendendo almoços saudáveis nas escolas , no encorajamento da compra de produtos orgânicos e sustentáveis e na protecção dos agricultores.

Depois de ver Capitalism - A Love Story (2009), do polémico e tão elucidativo Michael Moore, este foi o filme que mais me abriu os olhos, no que diz respeito aos produtos que consumimos, não só pela questão em si, mas mais pelo facto de estar a residir neste país.
Será que se estivesse em Portugal, estas questões me fariam tanta comichão? Sendo Portugal um país pequeno, será que estes problemas se colocam, ainda que numa escala menor?

Fica a dúvida...

Quanto aos filmes, vejam-nos se tiverem hipótese. Valem bem a pena.